Page 28 - Boletim_2022_site.indd
P. 28

Núcleo de Investigação Clínica: Han$


                  Qual o estatuto do objeto a na psicanálise com criança? Essa
            questão norteará o trabalho desse ano, “a causa do desejo”, no particular
            da experiência analítica com uma criança.
                  Objeto a é uma letra que tem a função central de expressar uma
            ausência. Só é possível localizá-lo quando se manifesta no lugar da falta. É resto,
            resíduo de uma operação de estrutura lógica, estrutura que é de linguagem.
                  Ao operar a falta no inconsciente, surgem as perguntas das crianças
            em torno do saber sobre o sexo. Tempo de constituição frente ao enigma,
            no qual se tecem respostas possíveis, parafraseando Freud, pela via “da
            atividade da fantasia”. O pequeno investigador emerge. Hans, na presença
            da falta, formula um enunciado que a sutura: tudo tem pênis.
                  Lacan avança a partir da invenção do objeto a, artifício do pensamento
            analítico para contornar a rocha do impossível do real e o furo pulsional.
            Redimensiona uma ética que coloca a criança no discurso analítico e destaca
            dois lugares possíveis na economia libidinal que se presentifi cam na clínica:
                  “-Como sintoma, sendo este representante do que há de sintomático
            na estrutura da família. Através dele fala da verdade enlaçada à trama de
            desejos do par parental.”
                  “-Como fantasma, a criança encarna com seu corpo o objeto a,
            articulada ao real do gozo. Freud identifi cou a criança com ‘o pequeno’,
            substituto da falta materna: -j. Lacan situa também no real, como objeto
            de gozo obturando o acesso possível da mãe à verdade do desejo: a”
            (Vidal, C. “O lugar da criança no discurso analítico”)
                  Os encontros de trabalho do ‘Núcleo’, composto por membros e
            participantes da Escola, acontecem quinzenalmente.
                  O que se recolhe desses pequenos coletivos é apresentado no
            marco da Escola, para todos aqueles que se interessem pelas questões
            cruciais da psicanálise, na terceira quarta-feira de cada mês, às 10h30.







            3ªf  10h30     Cristiane Laquintinie Amaral
            4ªf  09h       Iara Barros
            5ªf  19h       Vera Vinheiro
            6ªf  09h       Ana Claudia Vieira Vaz (Niterói/RJ)
            6ªf  09h30     María José Estevez Acuña




             28
   23   24   25   26   27   28   29   30   31   32   33