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Núcleo de Investigação Clínica: Han$


                                         A suposição do inconsciente é necessária e
                                         legítima  e  dispomos  de  numerosas  provas
                                         de sua existência. Ela é necessária, porque
                                         os dados da consciência têm muitas lacunas.
                                         (Freud, “O inconsciente”)

                                         O inconsciente é um conceito forjado no rastro
                                         daquilo  que  opera  para  constituir  o  sujeito.
                                         (Lacan, “Posição do inconsciente”)
                  O inconsciente é um dos conceitos fundamentais da psicanálise.
            Freud, ao subverter o saber vigente, inaugura um outro discurso, dá um novo
            estatuto ao sujeito. Faz um corte com a ideia desenvolvimentista e evolutiva,
            e traz, desse modo, para o centro da questão, o sujeito do inconsciente.
                  O inconsciente freudiano funda-se sob a operação do recalque
            originário, o sujeito se constitui dividido pela barra signifi cante, campo
            da linguagem. “O inconsciente é a soma dos efeitos da palavra sobre
            um sujeito, nesse nível em que o sujeito se constitui pelos efeitos do
            signifi cante.” (Lacan, seminário 11, p. 122)
                  Há uma especifi cidade do saber inconsciente na constituição do
            sujeito. Numa estrutura temporal, não cronológica, o impulso ao saber é
            causado pelo acontecimento do encontro com o enigma da sexualidade.
            Com um saber não-sabido, a realidade do inconsciente, por ser constituída
            pela realidade sexual (seminário 11, p.143-145), é marcada pela dimensão
            do impossível da não-relação. As teorias sexuais infantis são as construções
            a partir da confrontação com o real do sexo.
                  No contexto da psicanálise com crianças, através da palavra e do
            brincar, o dispositivo analítico, pela via da transferência, pode abordar
            o sujeito em seu sofrimento psíquico e tornar possível a emergência de
            novos signifi cantes e mudanças subjetivas.
                  Os encontros de trabalho do "Núcleo", composto por membros e
            participantes da Escola, acontecem quinzenalmente.
                  O que se recolhe desses pequenos coletivos é apresentado no
            marco da Escola, para todos aqueles que se interessem pelas questões
            cruciais da psicanálise, na terceira quarta-feira de cada mês, às 10h30.
            3ªf   10h30  Cristiane Laquintinie Amaral
            4ªf   9h       Simone Aziz
            5ªf   19h     Vera Vinheiro
            6ªf   9h       Ana Cláudia Vieira Vaz
            6ªf   9h30   María José Estevez Acuña (+1)


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