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A transferência e o desejo do analista
Trata-se, portanto, para nós, de tentar articular e
situar o que deve ser, o que é fundamentalmente
o desejo do analista – e isso, segundo balizas
que podem, a partir de uma topologia já
esboçada, ser designadas como coordenadas
do desejo (...). Pois o desejo do analista não
é tal que possa se bastar por uma referência
didática. Não é a relação com o paciente
que pode, por uma série de eliminações
e exclusões, nos dar sua chave. (...) As
coordenadas que o analista deve ser capaz
de atingir para, simplesmente, ocupar o lugar
que é o seu, o qual se defi ne como aquele que
ele deve oferecer vago ao desejo do paciente
para que se realize como desejo do Outro.
(Lacan, Sem. 8, p. 109).
A proposta do seminário é realizar a travessia do seminário, livro 8,
A transferência, de Jacques Lacan (1960/1961) buscando circunscrever
o que Lacan propõe, neste momento de seu ensino, acerca deste que
é um entre os quatro conceitos fundamentais por ele estabelecidos.
Interrogando O banquete, de Platão, Lacan busca situar o operador
sine qua non da clínica analítica mantendo sua crítica às concepções
de relação de objeto, oblatividade, contratransferência, vigentes no meio
psicanalítico. Estabelece a topologia da transferência afastando-a das
noções de intersubjetividade e propõe o desejo do psicanalista, agora
não mais considerado como “desejo puro”, mas como díspar em relação
à noção de contra-transferência e de toda a fenomenologia.
Ana Augusta Wanderley Rodrigues de Miranda
Início: 21 de fevereiro.
Vitória/ES - Quartas-feiras às 18h (quinzenal) online
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