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O que se escreve do fantasma
“[...] las fantasías sirven a la tendencia
de refinar los recuerdos [...]. Son
establecidas por medio de las cosas oídas
y que se valorizan con posterioridad,y
así combinan lo vivenciado y lo oído [...]”
FREUD, S. “Manuscrito L.”
“Não é absolutamente necessário que uma
escrita queira dizer alguma coisa para quem
quer que seja,para que ela seja uma escrita...”
[...] “...o fantasma é apenas um arranjo
signifi cante, cuja fórmula dei há muito tempo,
aí acoplando o a ao $. O que quer dizer que
há duas características: a presença de um
objeto a e, por outra parte, nada senão o que
engendra o sujeito como $, a saber, uma frase”.
LACAN, J. A lógica do fantasma
Em uma de suas aulas no seminário sobre os fundamentos
da psicanálise, Lacan se perguntou a respeito de como o sujeito que
“atravessou” o fantasma na sua experiência analítica viveria a pulsão
e acrescenta: “...é o mais-além da análise e jamais foi abordado”
(24.06.1964).
Sustentar a pergunta nos leva a interrogar o signifi cante “atravessar”
mais utilizado pelos lacanianos do que pelo próprio Lacan a respeito
deste assunto. Atravessar, travessia... Então o fantasma, no início de
uma análise, já estaria escrito a priori, aguardando para ser atravessado?
Freud já alertava no “Bate-se numa criança” que certa frase não
adviria de um trabalho de recordar e sim como uma construção na/da
própria análise. Com Lacan, a direção do tratamento verifi cará a construção
do fantasma articulada ao avanço da análise do sujeito neste escrever
inerente à experiência. A produção desta escrita – um indicativo de um
fi nal de análise – implicaria, necessariamente, a emergência do desejo
do analista?
Ainda seguindo essas indicações, este ano daremos destaque à
questão da escrita no fantasma. O que é mesmo essa escrita?
Francisco José Bezerra Santos
Início: agosto
Fortaleza/CE - Terças-feiras às 20h (semanal)
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