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Núcleo de Investigação Clínica: Han$


                                         “O signifi cante engendra um mundo, o mundo
                                         do  qual  o  sujeito  fala”  (Lacan,  A  angústia)

                  A partir do trabalho d'Escola produzido em 2023, propomos um
            outro tempo, uma outra volta em torno do aforismo lacaniano, “o sexo é
            um dizer”, para pensarmos ainda sobre essa questão nodal da psicanálise,
            na experiência analítica com crianças.
                  O infantil não cessa de se inscrever e o sexual pode ser lido ao escutar
            as lacunas do discurso inconsciente. Esse é o alicerce da psicanálise. A
            sexualidade infantil, como Freud transmite, é o terreno no qual a experiência
            analítica se dá. O complexo de Édipo, sob a primazia do falo e na sua função
            de nó, organiza o campo pulsional, em torno da castração.
                  “Atar-se de uma outra forma, é o que faz o essencial do complexo
            de Édipo” (Lacan, R.S.I.) é nisso que opera a própria psicanálise. O Édipo
            é a “moldura” na qual se é possível regrar o jogo da análise (Lacan, O
            ato psicanalítico)
                  Da operação simbólica da castração resta um supereu e a construção
            da identifi cação ao ideal do eu, a identifi cação ao signifi cante. Sendo homem
            e mulher signifi cantes que adquirem suas funções a partir do dizer da não
            relação, a identifi cação sexuada fará – em seu tempo – a inscrição de cada
            um na função fálica em que se recolhe, um a um, o modo de gozo.
                  “Os seres chamados humanos, quaisquer que sejam, são sexuados,
            mas não se sabe de que sexo são, nem uns nem outros. Não é senão com
            uma análise que nos damos conta de como o sexo chega a fazer corpo
            nesse ser falante.” (Lacan, "Conferência de Milão")
                  O texto freudiano, “O sepultamento do complexo de Édipo”, texto
            base de investigação do Núcleo, será lembrado em homenagem pelos
            seus 100 anos.
                  Os encontros de trabalho do ‘Núcleo’, composto por membros e
            participantes da Escola, acontecem quinzenalmente.
                  O que se recolhe desses pequenos coletivos é apresentado no
            marco da Escola, para todos aqueles que se interessem pelas questões
            cruciais da psicanálise, na terceira quarta-feira de cada mês, às 10h30.

            3ªf   10h30  Cristiane Laquintinie Amaral
            4ªf   9h       Simone Aziz
            5ªf   19h     Vera Vinheiro
            6ªf   9h       Ana Cláudia Vieira Vaz
            6ªf   9h30   María José Estevez Acuña (+1)



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