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A escrita do fantasma
A escrita do fantasma a é, na sua simplicidade de matema, de
onde podemos partir para articular não só uma lógica do fantasma, com
seus paradoxos, mas também uma topologia com sua função de borda.
Essa topologia foi utilizada por Lacan desde seus grafos até sua topologia
das superfícies ou mesmo dos nós. É nessa apresentação de matema
que podemos dizer que o fantasma é um axioma e dessa forma não pode
ser interpretado.
A leitura e a extração dos elementos dessa escrita e sua relação
aos conceitos fundamentais da psicanálise bem como sua referência a
experiência analítica nos leva a um trabalho incessante de cada analista
ao longo de cada análise.
O sujeito é barrado do que o constitui como função do Inconsciente
na estrutura signifi cante. É uma articulação freudiana.
Quanto ao objeto a, é em referência a ele que se pode falar de lógica
ou de topologia. Justamente porque não é uma referência a fantasia como
imagem ou ao imaginário que se trata, mas que concerne ao real na sua
incomensurabilidade.
Lacan marca seu caráter subversivo para a análise da subjetividade
e da história na contemporaneidade.
É na função da escrita que podemos encontrar uma solução as
contradições aparentes que se manifestam no discurso por sua complexa
relação com o objeto a.
O fantasma também é uma frase com uma estrutura gramatical nos
diz Lacan e a lógica do fantasma “se prende, se insere, se suspende, à
economia do fantasma” e articula o gozo.
Há algo de fechado nessa função do fantasma e se apresenta
“como uma signifi cação fechada” seguindo a articulação freudiana quanto
a experiência dos sujeitos neuróticos.
“Esta estrutura – a única que nos é oferecida, a escolha forçada,
no nível do ‘ou eu não sou, ou eu não penso – se ela está ali é na medida
em que ela pode ser chamada para desvelar a outra, rejeitá-la, e que no
nível da outra, aquela do ‘eu não sou’ é a Bedeutung inconsciente que vem
correlativamente morder o [Eu], que é enquanto não sendo.”
O analisante fala, faz poesia. O analista ao cortar, escandir, participa
da escrita que se tece no equívoco.
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