Page 38 - Boletim 2021 - ELF
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Aspectos do mal-estar na contemporaneidade:
Escritas de eros
“O amor só se escreve graças a uma
abundância, a uma proliferação de desvios,
chicanas, elucubrações, delírios, loucuras –
por que não dizer a palavra – que ocupam
um lugar enorme na vida de cada um.”
LACAN, J.
“Recorrer ao não todo, ao ahomemenosum
[hommoinsun],isto é, aos impasses da
lógica é, ao mostrar a saída das ficções
da Mundanidade, produzir uma outra fixão
[fixion] do real, ou seja, do impossível
que o fixa pela estrutura da linguagem.
LACAN, J. “O aturdito”.
Buscando situar aspectos estruturais do fantasma nas suas
manifestações contingentes, históricas e fi ccionais, abordaremos este
ano as escritas de eros.
O fantasma mantém sua estrutura nas marcas singulares da
experiência de cada sujeito. Mas alguns elementos podem também ser
tomados de empréstimo ao tesouro comum da cultura de determinada
época, de determinado local, no que Lacan chamou de prêt à porter ou
ready made.
Como pensar o laço entre o amor, efeito de discurso em suas
variações históricas, e o fantasma como a estrutura indicada no matema
$<>a?
O amor esteve muito presente ao longo do ensino de Lacan e das
mais diversas maneiras: o amor como uma das paixões do ser, como
horizonte de toda demanda, como sentimento cômico, como fazendo o
gozo condescender ao desejo, como visando o ser do outro, etc.
O amor antigo, no longo comentário sobre o Banquete de Platão, o
amor cortês e o amor cristão, eros e ágape, o amor extático e o físico, são
alguns exemplos das várias vias tomadas pelas refl exões de Lacan sobre
o amor, que proporcionam as balizas para nosso trajeto.
Claudia de Moraes Rego
Olga Soubbotnik
Início: 14 de gosto
Sábados às 14h (quinzenal / online)
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